Esta folha não era destinada aos meus sentimentos. Durante tantos e tantos anos, fui refém do comodismo que enferrujou meus dedos e ...
Arte bicrômica
Quem veio primeiro? A pincelada erudita, ou a derivação da escrita? Como quem escolhe as letras um mestre das tintas, o mesmo qual orde...
Passarinhos de papel
A manhã se anuncia, mas tão de mansinho chega macia... Não há passarinhos festejando a luz recém nascida, não há chuva borbulhando no ...
Ressaqueando
I Árvores mudas Que a brisa as fez calar. Mas a incomparável mudez do mar! As jovens ondas quando decidiram, enfim, marejar Se tor...
Poesia de Pincel 2# — Camomila
Não sei em quantas rodas anda seu pensamento, Mas acalento a ideia de não buscar. Ao encontrar, por exemplo, não sei o que faria. Se i...
Poesia de Pincel 1# — Susanne
As carícias que te faço com o olhar mais terno, aos tornos Das amêndoas agridoces (me sinto eterno!) que sustentas no rosto, Podia luxu...
As sombras falam
A noite era clara e falha à campina, Ferina sombra nas vinhas e linhas. Cantavam grilos como os dois corações. Dois pares de mãos se ...
A alma com calma
Um roçar de lábios que cala, ou mesmo que dá voz. Aquela feroz que vem do coração! Quando se calam, os lábios se encontram num emaranh...
Cor de vida
Esse cheirinho marrom de rosa morrendo? Ah, cheiro amadeirado de marfim. Cedem à gravidade e se esvaem e folhas secas, Derrubam pétal...
Tracejado
Ah, céus, quem dera eu pudesse ser Aquele curioso olhar que na rua te perpassa, Essa névoa azul que a imagem te esfumaça, Pelo cami...
Metapoema
Poemas nascem, se reproduzem e morrem. Poemas não têm fim. Porque poemas são feitos para despertar pensamentos. Alguém aí já viu fim ...
Canto de bem-te-mim
Ontem ouvi o primeiro canto do bem-te-vi. Aquele matutino, primeirinho, o mais doce, a cantoria. O que despertou todos os outros num...
Valentina — Contos Urbanos 1#
Era noite, mas não tão noite assim. Estendia-se como um tapete luminoso uma avenida movimentada que detinha o nome de um qualquer, na...