Buscando...

Passarinhos de papel




A manhã se anuncia, mas tão de mansinho chega macia...
Não há passarinhos festejando a luz recém nascida, não há chuva borbulhando no telhado seco, não há automóveis nas ruas indicando um novo dia...
Ainda permanecem os barulhos da madrugada, mas com a alma da manhã! Apenas um ventinho inoportuno, um sibilar de brisa brincalhona e ocasional...
De resto, silêncio.
Pesado, denso silêncio.

Silêncio.

Não concebo como as más línguas anunciam aos quatro ventos que o silêncio não tem significado, se ele chega a ser mais pesado do que o próprio Sentimento... O qualquer que seja!
E que saudade eu sinto do Sentimento...
Lembro dos bons dias em que amaldiçoava cada um deles, contava-os nos dedos, por tão instável vivência. Erro meu.
Grande, pesado, denso e silencioso erro meu.
Já não mais sei de que lado estou.

Não me forneceram escolhas.
Engoli meus passarinhos, engoli minha chuva, os automóveis.

Apesar disso, já é manhã lá fora.
Preciso encontrar meus passarinhos de papel...

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