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Tracejado



Ah, céus, quem dera eu pudesse ser
Aquele curioso olhar que na rua te perpassa,
Essa névoa azul que a imagem te esfumaça,
Pelo caminho torto que você traça.

Ai de mim, quem dera eu pudesse ser
A suave brisa melancólica que te acompanha,
O pássaro verde matutino que te faz manha,
Ou aquela moça que te acanha.

Oh, quem dera eu pudesse ser
Aquele particular pedacinho de paz,
Que na escuridão do pesadelo se desfaz,
Mas - que inveja! - a luz de volta traz.

Meu deus, quem dera eu pudesse ser
A sombra entrecortada que te persegue,
O luar que de boas vindas te recebe,
E que, de mansinho, seus passos segue.

Quem dera eu pudesse finalmente ser
Aquela melancolia que te perpassa,
A imagem disforme que te esfumaça.
A tristeza que te laça.

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