Esta
folha não era destinada aos meus sentimentos.
Durante
tantos e tantos anos, fui refém do comodismo que enferrujou meus dedos e meu
coração. Sim, meu coração. Existe uma ligação tão leve e ao mesmo tempo tão
profunda entre o cérebro e o coração, e qualquer um deles que envie a mensagem
aos dedos se torna o vencedor. Meu coração se apagou. Não sei em que ponto, não
sei em qual instante, em qual palavra ou em qual momento. Sinto que a distância
entre meu cérebro e meu coração é mais longa do que alguns centímetros de
vértebras.
Meu
cérebro funciona. Aos trancos e barrancos. Para coisas que não me interessam.
Meu
coração não.
Não
sei o que o faz despertar. Não sei nem mesmo se ele está aberto agora. Para quê
tantas palavras difíceis e braços doloridos para uma explicação tão simples?
Vê?
Como sei se meu coração está desperto ou não?
São
apenas palavras.
Mais
ainda... São apenas algumas palavras repetidas que todo mundo já conhece,
organizados aleatoriamente para representar alguma coisa.
“Um dia
eu irei achar meu coração”?
Eu
mesmo quero isso?
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