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17:10

A morte de um escritor


Esta folha não era destinada aos meus sentimentos.

Durante tantos e tantos anos, fui refém do comodismo que enferrujou meus dedos e meu coração. Sim, meu coração. Existe uma ligação tão leve e ao mesmo tempo tão profunda entre o cérebro e o coração, e qualquer um deles que envie a mensagem aos dedos se torna o vencedor. Meu coração se apagou. Não sei em que ponto, não sei em qual instante, em qual palavra ou em qual momento. Sinto que a distância entre meu cérebro e meu coração é mais longa do que alguns centímetros de vértebras. 

Meu cérebro funciona. Aos trancos e barrancos. Para coisas que não me interessam.

Meu coração não.

Não sei o que o faz despertar. Não sei nem mesmo se ele está aberto agora. Para quê tantas palavras difíceis e braços doloridos para uma explicação tão simples? 
Vê? Como sei se meu coração está desperto ou não?

São apenas palavras.

Mais ainda... São apenas algumas palavras repetidas que todo mundo já conhece, organizados aleatoriamente para representar alguma coisa.

“Um dia eu irei achar meu coração”?

Eu mesmo quero isso?

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