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Ressaqueando


I

Árvores mudas
Que a brisa as fez calar.
Mas a incomparável mudez do mar!
As jovens ondas quando decidiram, enfim, marejar
Se tornaram finas camadas plumadas em ar.
Desse que se desfaz, que se dissipa,
Silencioso, logo no angar.

Nem um barulho.
Casa vazia.
Conchas alheias.

Esse silêncio que incomoda, matreiro, guardião
É estranho e pesado, Poseidon deu-lhe a mão.
Mas ainda sim, já viu onda não soar?
Mesmo após um beijo...
Ao alcançar o sonhar...




II

Mas que onda mentirosa! Acuso! Recuso!
Facínora, enganadora, já sabia que é matreiro.
Esse ar contaminou, me enganou.
Fez da marola o que outrora... Ele fora!

Mas que repulsa do impulso de odiá-la,
Mentira assim me tira o sossego!
Esse ego descontrolado da onda,
Caraminhola na cabeça,
Lhe povoa como cabelo!

Adeus onda silenciosa, tu já te fora.
O que me bate aos pés agora é a hora,
O compromisso... Um chouriço!
Ou chorinho de moça virgem ao ver o mar. Desapareceu?
Volta, inspiração, volta que cá estou a te ninar. Se perdeu?

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